Espaço de divulgação de assuntos de interesse da comunidade escolar
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domingo, 14 de julho de 2024
Crônicas de Esperança: Ética e responsabilidade
domingo, 9 de junho de 2024
Crônicas de Esperança: "E quanto tudo chegar ao caos, a escola ainda será...
terça-feira, 7 de maio de 2024
Crônicas de Esperança: PARE!
sábado, 17 de fevereiro de 2024
PROJETO PEDAGÓGICO 2024
ESCOLA MUNICIPAL MARIA DAS MERCÊS AGUIAR
AV. MARECHAL
HERMES, 70 BELA VISTA
32.421-075
IBIRITE – MG (31) 2010 – 3937
E-MAIL: mariadasmerces_aguiar@yahoo.com.br
@emmmaguiar
PROJETO
PEDAGÓGICO 2024
Tecendo
a Manhã
João
Cabral de Melo Neto
1
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
2
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.
(A Educação pela Pedra)
A Escola Municipal Maria das Mercês Aguiar fundada em 2006 reconhece o estudante como sujeito principal em seu
desenvolvimento. Estrutura sua identidade fiel ao seu compromisso e missão
de oferecer ensino e formação de qualidade a
todos. (PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO OFICIAL DA ESCOLA MUNICIPAL MARIA DAS
MERCÊS AGUIAR)
No primeiro turno conta com
quinze turmas do Ensino Fundamental I e Ensino Fundamental II. Totalizando aproximadamente 450 alunos.
A escola apresenta um
crescente aumento do número de alunos com necessidades especiais educativas e
pessoas com deficiência. Foram atendidos no ano de 2023 quatorze alunos contando
com a assistência de oito estagiários, selecionadas pelas SEME para de fato
incluí-los no processo de ensino e aprendizagem.
O corpo do magistério é
composto por cerca de trinta e cinco profissionais competentes e capacitados.
São também vinte e oito
profissionais do quadro administrativo entre pessoal que trabalha na cantina,
biblioteca, secretaria, pedagógico e direção.
A escola é uma escola de
referência para toda a comunidade da região do Duval de Barros. Busca a excelência do seu trabalho.
Contudo, no momento os seus resultados são os seguintes, segundo os dados do
IDEB (Índice do Desenvolvimento da Educação Básica do Ministério da Educação)
de 2019. (Último ano de aulas presenciais normais antes da pandemia de
Covid-19)
TAXA DO IDEB: Anos iniciais: 6,8 e Anos finais 5,1 numa escala de dez.
Aprendizado
adequado
9
ano
49% ou seja, menos da metade dos alunos ao final do
nono ano não aprenderam o que
deveriam em Língua Portuguesa.
16% ou seja, menos de um quinto dos alunos ao final
do nono ano não aprenderam o que deveriam em Matemática.
5º.
Ano
70% dos alunos com aprendizado adequado nos anos iniciais
em Língua Portuguesa.
65% dos alunos com aprendizado adequado em Matemática.
O que nos leva a concluir que
aproximadamente 30% dos alunos frequentaram
os anos finais com defasagem na aprendizagem básica dos anos iniciais, que vão
da alfabetização propriamente dita à uma leitura fluente. Em Matemática não
dominar os conceitos básicos como saber a tabuada de multiplicação ou armar uma
operação de adição, por exemplo.
Esses dados são de 2019.
Em 2020 e 2021 aconteceu a
pandemia de COVID-19 que paralisou as escolas. Isso causou um IMPACTO enorme no
processo de ensino e aprendizagem.
Como mostrou os resultados do
SAEB 2019, mesmo em condições normais de temperatura e pressão os anos iniciais
não conseguem entregar 100 % dos alunos prontos para os anos finais. Agora, não
tem como mensurar as perdas que os alunos tiveram em aprendizagem sem
frequentar a escola por dois anos. Mas, isso precisa ser levado em consideração
nos planejamentos educacionais subsequentes.
O resultado de 2019 mostrou a
situação dos anos do 5º ano. Esse alunos tiveram toda uma rotina escolar
presencial, mesmo assim, trinta por cento deles não aprenderam o esperado,
levando essa defasagem consigo.
Percebe-se, e esse fenômeno é
nacional, que há uma perda significativa de aprendizagem
do aluno se comparado com o final dos anos iniciais e final dos anos finais.
Especialmente em Matemática.
Por
que isso acontece?
Essa é uma pergunta que a
Escola Municipal Maria das Mercês Aguiar precisa achar uma resposta. É o desafio posto para o seu grupo de profissionais.
Ao
se ler o que a legislação propõe lemos na RESOLUÇÃO SEE/MG Nº 4.692, DE 29
DE DEZEMBRO DE 2021:
Art. 31 - Os anos iniciais
devem garantir o princípio da continuidade da aprendizagem de todos os
estudantes, sem interrupção, com foco na alfabetização e na matemática,
na perspectiva do letramento.
Art. 32 - Os anos finais devem
ampliar e intensificar, gradativamente, o processo educativo no ensino
fundamental, bem como considerar o princípio da continuidade da aprendizagem,
garantindo a consolidação da formação do estudante nas competências e
habilidades indispensáveis ao prosseguimento de estudos no ensino médio
(...)
Art. 36 - A escola deve, ao
longo de cada ano dos ciclos - alfabetização e complementar, acompanhar,
sistematicamente, a aprendizagem dos estudantes, utilizando estratégias e
recursos diversos para sanar as dificuldades evidenciadas no momento em que
ocorrerem e garantir a progressão continuada dos estudantes.
Art. 37 - A transição dos
estudantes do ciclo complementar dos anos iniciais para os anos finais do
ensino fundamental deverá garantir a articulação sequencial necessária,
em face das demandas diversificadas exigidas dos estudantes, pelos diferentes
professores, em contraponto à unidocência dos anos iniciais.
Art. 38 - Os anos finais do
ensino fundamental compreendem os 6º, 7º, 8º e 9º anos e têm como objetivo
retomar e ressignificar as aprendizagens do ensino fundamental – anos iniciais
no contexto das diferentes áreas, visando ao aprofundamento e à ampliação de
repertórios dos estudantes e fortalecendo a sua autonomia, oferecendo-lhes
condições e ferramentas para acessar e interagir criticamente com diferentes
conhecimentos e fontes de informação.
(...)
Art. 88 - A avaliação da
aprendizagem, de caráter processual, formativo e participativo, deve:
I - ser contínua, cumulativa e
diagnóstica;
II - utilizar vários
instrumentos, recursos e procedimentos;
III - fazer prevalecer os
aspectos qualitativos do aprendizado dos estudantes sobre os quantitativos;
IV - assegurar tempos e
espaços diversos para que os estudantes com menor rendimento tenham condições
de ser devidamente atendidos ao longo do ano letivo;
V- prover, obrigatoriamente,
intervenções pedagógicas, ao longo do ano letivo, para garantir a aprendizagem
no tempo certo;
VI- possibilitar aceleração de
estudos para os estudantes com distorção idade/ano de escolaridade;
VII- considerar as habilidades
desenvolvidas ao longo do processo de ensino e aprendizagem.
Uma coisa está bem clara nessa
documentação o compromisso do Estado de Minas Gerais com a NÃO REPROVAÇÃO
DOS ALUNOS, embasada no Plano Nacional de Educação
META 2 Universalizar o
ensino fundamental de 9 (nove) anos para toda a população de 6 (seis) a 14
(quatorze) anos e garantir que pelo menos 95% (noventa e cinco por cento) dos
alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até o último ano de vigência
deste PNE.
Concordando com as palavras de
Gualteri e Lugli:
“Os movimentos sociais
pressionam o Estado para que as crianças e os jovens tenham garantidos
plenamente seus direitos de entrar na escola, nela permanecer e prosseguir com
êxito nas diferentes etapas até concluí-las.” 2012. (A escola e o fracasso
escolar)
Por que a não reprovação?
Porque a reprovação é contraproducente, nações com altas taxas de
repetências vão mal nas avaliações externas. (https://veja.abril.com.br/educacao/reprovar-alunos-e-contraproducente-diz-ocde/)
Luciana Soares Luz em sua tese
de mestrado em O IMPACTO DA REPETÊNCIA NA PROFICIÊNCIA ESCOLAR: uma análise
longitudinal do desempenho de repetentes 2002-2003 UFMG. CONCLUIU QUE:
“As evidências encontradas
sobre a incapacidade da repetência em recuperar o aluno deficiente são
tão mais fortes quanto piores as condições do sistema escolar analisado. Vimos
que o diferencial entre repetentes e promovidos, e repetentes e novatos, é
maior nas escolas das regiões Nordeste e Norte, nesta ordem, em relação àquelas
localizadas na região Centro-Oeste. Da mesma forma que o encontrado nas curvas
ISO-IDEB, é possível que escolas mais deficientes, e que atendam a alunos mais
deficientes, tenham mais dificuldade em melhorar o desempenho dos alunos,
repetentes ou não, e que um ano adicional exposto às mesmas carências vividas
anteriormente não gere maiores benefícios ao aluno.
E aí, o que fazer? O
pesquisador José Francisco Soares em O EFEITO DA ESCOLA NO DESEMPENHO
COGNITIVO DE SEUS ALUNOS apresenta uma perspectiva animadora 15% dos fatores
de SUCESSO ESCOLAR depende única e exclusivamente da ESCOLA, há diferentes
fatores que são obstáculo, mas há fatores internos da escola que são
inescapáveis tais como:
·
Altas expectativas dos professores em relação à
aprendizagem dos alunos;
·
Compromisso com a aprendizagem;
·
Clima harmônico e melhor gerenciamento de
conflitos na escola,
·
Boa estrutura escolar;
·
O projeto pedagógico da escola conhecido por
todos e posto em prática.
A Escola Municipal Maria das
Mercês Aguiar nos anos de 2022 e 2023 se mostrou uma escola forte e resiliente.
Tem problemas, mas conta com
profissionais dedicados e uma comunidade que a apoia.
Faz-se necessário construir um
projeto pedagógico conjunto que dê
respostas concretas e factíveis para os seus problemas. “Um galo sozinho não
tece uma manhã...” (João Cabral de Melo Neto)
Ibirité, 15 de
fevereiro de 2024.
Breno José de Araújo
Especialista em
Educação Básica
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